Deus, O Poder Que Se Autolimita



Deus é Absoluto! Mas Ele por amor à humanidade não usou de absolutismo, antes permitindo que debaixo de Sua Soberania, exerçamos nossa liberdade. A vontade Absoluta de Deus é clara, perfeita e boa. Na vontade permissiva de Deus, temos a condição de crer ou não nEle e, como diz Yancey: "de cuspir ou não na Sua face e de crucificá-Lo. É uma vontade que realmente o autolimita. Mas, é uma vontade baseada na força do amor e não do poder, como diria meu amigo Yancey.

Recebi o seguinte comentário: "Fiquei pensando... E nossa vontade? Seria também absoluta??? A santidade consiste em fazer como Deus e autolimitar nossa vontade???". A minha resposta, é: "Penso que sim. Pois, Ele nunca nos pediu nada que antes não tenha feito primeiro. Um exemplo disso, é quando disse: "o maior seja como o menor", não foi isso que Ele fez? Confesso que eu ainda não havia pensado assim, mas, depois de haver lido esse comentário chego à essa conclusão: somos seres criados livres, convidados a abrirmos mão de nossas liberdades, para, entregando tudo a Ele, deixar que Ele direcione nossas vidas, por entender que Ele tem plena condição de saber o que é melhor para cada um de nós. Até por que, se não temos certeza, nem mesmo, se chegaremos vivos do outro lado da rua, então, como seremos capazes de saber o que é melhor para nós? A única possibilidade que resta, é: 'entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará', 'por que os meus pensamentos são mais elevados que os vossos pensamentos, diz o SENHOR!'".

E, posteriormente, recebi mais esse comentário: "Será que tudo isso que refletimos sobre Liberdade e Vontade se aplica ao Islã? Ou seja, será que isso é a chave para entendê-los??? Isto me veio à mente porque me lembrei que a palavra Islã significa 'submissão" ou "submisso'". E, após refletir sobre o comentário desse leitor, cheguei a seguinte conclusão: O Islã fala de submissão a Deus (Iavé) e, o Antigo Testamento (AT) também, mas, existe uma diferença que só acontece quando levamos em consideração a mensagem do Novo Testamento.

No AT, vemos Jó, os salmistas e os profetas em constantes questionamentos a Deus acerca do por quê do sofrimento, queixando-se, inclusive, do silêncio de Deus, em momentos que eles tanto precisavam de respostas. E aí, quando olho para o Novo Testamento com sua mensagem de que o Deus que estabeleceu as regras, desceu até nós (o Verbo que se fez carne) e, se sujeitou à essas mesmas regras, então, eu entendo o por quê de Jesus haver falado: "Pai, eu completei a Obra que me deste a fazer". Por que essa Obra incluía isso também... na cruz, Ele, em agonia, exclamou: "Pai, por que me desamparaste?" (falo sobre isso em meu livro).

O filme "O leão, a feiticeira e o armário", das crônicas de Nárnia, também trata disso. Quando o Leão, simbolizando Jesus, oferece a si mesmo como sacrifício no lugar de Edmundo (que representa toda a humanidade), ele está retratando o Deus que se sujeitou às próprias regras universais que criou e, o filme deixa isso bem claro. Até por que, 'sem derramento de sangue, não há expiação de pecados', dizem as Sagradas Escrituras no livro aos hebreus; E a mensagem que fica é esta: o mesmo Deus que criou esta Regra se fez homem e se sujeitou a ela, num sacrifício necessário, único e suficiente. Percebem onde estou querendo chegar? Aquele que disse: 'O maior seja como menor', fez-se menor e, se sujeitou às próprias regras que criou. Por isso, que o doloroso caminho da cruz era necessário. Por isso, que o autor aos hebreus fala do sarcedócio de Jesus, como sendo um sacerdócio perfeito e perpétuo.

Em suma, o Deus que pede submissão de nossa parte, deu o exemplo de submissão quando se autolimitou, dando-nos a liberdade de escolha e, quando se sujeitou às próprias regras que criou. Por esta razão, discordo que o conceito de submissão e liberdade que trata este artigo se aplica ao Islã. Por que só em Jesus, esse convite à submissão Divina faz sentido e, por esta razão, o apóstolo nos diz: 'De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz". Jesus deixa bem claro que Ele não veio para abolir a Lei (AT), e sim, para cumprí-la e, isso Ele fez quando se sujeitou a se tornar um de nós. Sem dúvida, Ele, ao invés de optar pela força do Poder, fez opção pela força do Amor. E, na ressureição de Jesus (único fato que explica o por quê de medrosos discípulos terem se tornado ousados pregadores do Evangelho), temos a promessa de que há esperança para esse mundo em que vivemos.

"(...) Sinceramente, não acho pouco que os 'submissos' amarrem bombas em seus corpos para fazerem a vontade de Deus (ainda que eu nào concorde que esta seja a Vontade dEle). Oxalá, se nós cristãos fizessemos a vontade de Deus com tanta veêmencia. É isso que me inquieta. Sigamos, pois, caminhando. E quando alcançarmos a linha de chegada tomara que descubramos que não estavamos assim tão longe uns dos outros", diz um leitor deste blog e, na verdade, ele diz muito mais, mas, sobre estas outras coisas falaremos por aqui numa próxima oportunidade. No momento, quero fazer um paralelo entre os homens-bombas do Islã e Jesus (e seus discípulos) e, a constatação que se faz, é que a diferença é crucial! Porém, antes disso, é preciso que se faça o seguinte comentário: 'por ocasião, do período neo-testamentário, os judeus, dominados que estavam pelo império romano, ansiavam pela vinda do Messias anunciado pelos profetas.

Todavia, a visão que tinham do Messias, era a de um grande Rei que viria para libertá-los do jugo dos seus opressores, bem como, elevá-los como nação, perante as demais nações existentes em seu tempo. Ao fazer o milagre da multiplicação dos pães, alimentando toda a multidão que O seguia, Jesus fez com que os judeus se lembrassem do Maná, enviado dos céus, para alimentar o povo de Israel quando peregrinava no deserto.

Os judeus queriam um grande Rei, para eles, o milagre da multiplicação dos pães feito por Jesus, era um sinal, de que o Messias esperado havia chegado e, por isso, tentaram coroá-LO como Rei de Israel. O fato, é que os judeus não ansiavam por um Messias sofredor, e sim, por um Messias que mesmo das pedras pudesse tirar o alimento para o sustento de Seu povo'. Feito esse comentário, quero chamar a atenção do leitor para essa diferença crucial a qual me referi.

Note, que Jesus contrariando os anseios judaicos, veio com uma mensagem totalmente diferente daquela que eles esperavam. Sem dúvida, para os judeus, oprimidos sob o jugo romano, era incompreensível a idéia de que deveriam amar e abençoar seus inimigos, que tanto tornavam suas vidas cada dia mais difícil. Quando por ocasião da prisão de Jesus, o apóstolo Pedro desembainhou sua espada e, feriu um dos soldados, fica claro que até mesmo entre os discípulos havia essa idéia equivocada do ministério de Jesus.

Na verdade, os próprios discípulos só vieram a compreender a mensagem por Ele pregada, após a ressurreição. "Pai, perdoa-lhes por que não sabem o que fazem", disse Jesus quando na cruz era escarnecido por seus algozes. O fato é que a mensagem de Jesus fala de perdão e amor. E, segundo o autor do livro aos hebreus, Ele é a expressa imagem do Deus vivo, isso por que, Ele veio para nos mostrar como Deus é: O Deus que tem muito mais prazer na benignidade do que na ira. Lembra do profeta Jonas e, da repreensão que Deus lhe fez?

Concordo com o leitor, quando diz que os homens-bombas têm uma devoção admirável, mas, estes, são motivados pelo ódio e, não pelo amor e, tendo por base essa motivação, destruir milhares de vidas no 11 de setembro é motivo suficiente para estarem dispostos a morrerem. Os discípulos de Jesus, ao contrário destes, morreram com a convicção de que precisavam amar aqueles que lhes perseguiam e torturavam por que entenderam que o amor de Deus é o mesmo para com toda a humanidade. Finalmente, eles haviam compreendido, que a promessa de Deus feita a Abraão, era no sentido de que nele, todas as nações seriam benditas.

Então concluo, com a seguinte colocação: 'Não obstante, ser a fé um fator importante, mais importante ainda é o "Objeto" de fé a quem ela é dirigida. Até por que, há os que pregam: "creiam em qualquer coisa, mas, creiam", como se a fé fosse um mero amuleto no qual pudessem se recostar. Há os que crêem em Buda,... etc. Os muçulmanos, por sua vez, estão dispostos a morrerem por aquilo que crêem. Diante disso, chego à conclusão de que embora, a fé tenha um papel fundamental em nossas vidas, ela só nos dá garantias se dirigida a um "Objeto" de fé que realmente seja digno de crédito'. E, é justamente acerca desse Objeto de fé que o meu blog se propõe a tratar. Contudo, concordo com o leitor, que nós os cristãos não temos feito a vontade de Deus com veemência. Jesus, antes de Sua morte, disse: "porventura, quando vier o Filho do homem achará fé na terra?". Não sei. Mas, Ele sabia e, ainda assim, julgou que valia a pena ir até o final no Plano original para a salvação do homem.


Autor: Jeane Kátia dos Santos Silva


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