História da Primeira Guerra Mundial 1914-1918



1 – Referências Bibliográficas:

Ferro, Marc Martins Fontes. História da Primeira Guerra Mundial 1914-1918. Rio de Janeiro. Edições 70, 1992 p 71 a 81.

2 - Introdução

No capitulo "A Guerra É Declarada" o grande autor Ferro, expõe inicialmente os conflitos ideológicos e armados que existiam entre terroristas do movimento Mão Negra, o qual se organizou em defesa dos Eslavos perante o domínio austro-húngaro, com a ambição de submetê-los ao seu controle. Neste sentido enfrentavam o próprio governo Sérvio acusando-o de traição. Nesse contexto em 28 de Junho de 1914 o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, Francisco–Fernando viaja à Sarajevo - Sérvia onde é assassinado por um atentado promovido pelos terroristas da Mão Negra, pelo fato desse herdeiro do trono austro-húngaro ter se mostrado sensível as queixas dos Eslavos, logo, portanto contrariando os planos de alguns segmentos da Sérvia.

Assim Ferro, promove uma pesquisa, sobre vários elementos essenciais para a compreensão dos possíveis motivos que desencadearam a Primeira Guerra Mundial, pois o assassinato por si só não determinou a primeira guerra mundial, bem como inicialmente não causou grande emoção aos Austro-húngaros, servindo posteriormente de justificativa para que algumas potências tentassem a dominação geopolítica na Europa e no mundo. Logo se acredita que houve uma infinidade de fatores, uma serie de questões em torno das políticas nacionais, culturais e econômicas. Onde se institui um conjunto de complexas alianças entre as diferentes potências européias ao longo do século XIX.

3 – Critica do Resenhista:

O autor faz uma importante observação a respeito das relações de poder, tentando nos mostrar os fatores que proporcionaram a eclosão da I guerra Mundial: como: o Imperialismo, as disputas não resolvidas, as complexas alianças, os governos não unificados, as comunicações diplomáticas, a corrida armamentista, as estratégias militares para um domínio rápido da área, bem como outros determinantes.

Assim diante da morte de Francisco-Fernando, alguns militares Austro-húngaros, defenderam uma guerra preventiva contra a Sérvia, onde diplomáticos e ministros a principio não desejavam a guerra, pois previam que a Rússia poderia Intervir a favor da Sérvia. Dessa forma apesar da Áustria querer a guerra contra a Sérvia, o texto demonstra a necessidade de um apoio político por parte da Alemanha a causa austríaca, pois o complexo sistema de alianças poderia ser facilmente abalado. Em relação à Rússia o autor deixa claro que esta defendia uma política de conciliação, se posicionando em relação ao possível conflito, logo demonstrando uma postura mais responsável do que a postura da Inglaterra. Apesar do exercito da Rússia quanto o da França não estarem prontos militarmente para intervir, não podemos deixar de destacar também os interesses geopolíticos dos países envolvidos na 1º Guerra Mundial.

Para Ferro a Alemanha não pode ser considerada culpada como a grande responsável pela a 1º Guerra Alemanha, pois o que houve foi uma construção das responsabilidades, onde todos os países envolvidos tem sua parcela de culpa.

O texto descreve que a Alemanha toma a frente do conflito, modificando o tom, dirigindo aos Sérvios um ultimato, redigido de tal modo que dificilmente a Sérvia aceitaria. Ao mesmo tempo Viena utiliza-se de toda coordenação para evitar reações da França e da Rússia, o que Ferro descreve como uma tentativa de adormecer as chancelarias estrangeiras. Nessa situação Viena e Berlim, advertiam que o conflito Austro-sérvio se mantivesse localizado, sem a intervenção de potências, pois caso isso ocorresse poderia gerar conseqüências incalculáveis e desastrosas para a humanidade. Logo Ferro descreve a tríplice aliança (Alemanha, Itália e Áustria) utilizava uma política camuflada tentando a "paz", pois a Sérvia também tinha amigos, o que poderia criar uma situação perigosa para estes aliados.

Em 25 de Julho, como era esperado os Sérvios aceitaram quase todas as cláusulas imposta pela Áustria, com exceção da cláusula número 6, a qual colocava a Sérvia sob o controle da Áustria. Com isso decretou-se a mobilização para a guerra entre Áustria e Sérvia. Neste contexto Londres e Paris, entendiam que a Alemanha articulava e aproveitava-se tacitamente da situação, pois influenciava constantemente o império austríaco, fazendo até com que a Áustria adiantasse a guerra. Logo o autor descreve que Londres e Paris, compreenderam das conseqüências que a Alemanha poderia promover, pois a Rússia, a França e a Inglaterra poderiam intervir militarmente propiciando um possível conflito generalizado na Europa.

Diante disso a Áustria-Hungria declarou guerra a Sérvia, e Sazonov que antes tentava reverter o quadro eminente da guerra, tentando fazer com que a Sérvia aceitasse as condições ainda que humilhantes, acaba declarando o apoio militar contra a Áustria caso o conflito acontecesse, e a Grã-Bretanha também seria solidária com seus aliados, o que para ele seria a única forma da Áustria e Alemanha recuarem.

Nesse sentido a Alemanha não aceita o acordo proposto por Grey, e acredita ter delimitado o conflito a âmbito de guerra somente entre a Áustria e a Sérvia. Com essa atitude fez com que os Franceses e Russos acreditassem que os Austros-Alemães desejavam a guerra. Com isso a Rússia vai sugerir uma conferencia em Haia, a fim de evitar a guerra, tentando que a Áustria retirasse as cláusulas que atingiam a soberania da Sérvia. Logo as principais potências deixaram claro que não poderiam ficar fora da guerra, já a Rússia diante de tudo o autor descreve que no estágio que se encontrava o iminente conflito, eles acreditavam que se voltassem atrás, a Rússia seria riscada do grupo das grandes potências, e que se não cedesse a responsabilidade da guerra cairia sobre ela. Com isso percebe-se a situação complicada em que a Rússia se encontrava, mas que apesar disso, mantém uma política de conciliação mais responsável. Já do outro lado a Alemanha tentava fazer com que a Inglaterra permanecesse neutra, oferecia a Londres acordo de neutralidade.

A Inglaterra, intitulando-se um apostolo da paz, com uma política "neutra", acaba escondendo seus reais interesses, neste caso o interesse na guerra, mas não podendo ser vista como responsável pela eclosão do conflito, acaba se omitindo, ajudando de certa forma com que a Alemanhatente a expansão territorial, baseada em que a Inglaterra não entraria no conflito.

Em 1 de Agosto, Alemanha declara guerra a Rússia e a França, violando o território da Bélgica, noticiando falsamente um bombardeio para justificar um ataque a França. Logo, Ferro descreve que o principal envolvido no conflito a Áustria continuava a não ter declarado guerra à França, o que nos faz compreender a política e o interesse Alemão no inicialmente conflito Áustria e a Sérvia.

Dessa forma Ferro conclui que o comportamento dos paises envolvidos no conflito acontece de modo em que há uma construção das responsabilidades , não podendo-se apontar o grande responsável pela 1º Guerra Mundial.

A Alemanha acreditava que alguns países como a Rússia iria participar do conflito e a Inglaterra iria permanecer neutra observando a expansão da Alemanha. Quanto aos Austríacos revelou-se que o conflito seria mais barulhento do que efetivo, mas acabaram aceitando serem conduzidos pela Alemanha. Já em relação a França, e que os dirigentes franceses não se posicionaram imediatamente durante o começo da crise, pois demitiram-se de suas responsabilidades ficando em cima do muro. Assim os prenúncios da 1º guerra mundial foram compreendidos diferentemente por cada país, uns querendo uma guerra local ou guerra continental, outros uma política de imperialismo, domínio das massas, e também uma tentativa de rápida conclusão das disputas não resolvidas no passado.


Autor: EDUARDO SANTOS


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