Depressão: Portões do Inferno



Tanto se fala em depressão – esse mal que assola o século XXI, que na minha inocente curiosidade resolvi experimentar, através de uma semente de amor que tinha tudo para brotar, mas foi corrompida.

Como poderia descrevê-la... eu diria que a depressão se compara a uma visita ao inferno sem ter morrido. Perde-se a referência no mundo, você se vê como um amontoado de sentimentos confusos, tudo que antes fazia sentido perde o valor... é como caminhar descalço sobre espinhos de rosas e não ver nenhuma saída para curar os pés que sangram a cada passo. Eis um inimigo terrível, implacável, sem dó. Todos os seus medos são colocados à sua frente, imaginários na verdade, mas para quem está sob o domínio da depressão, parecem monstros sanguinários que te devoram aos poucos, aumentando a angústia. Os pensamentos passam a ser traiçoeiros; às vezes, dependendo do grau de espiritualidade da pessoa, surgem lampejos de luz para iluminar as trevas por onde se caminha. Os amigos não fazem noção do tamanho do buraco; no começo até tentam dar uma força e incentivar a sair da depressão, mas logo perdem a paciência – têm outros interesses na vida, e vão embora, justamente quando deveriam ficar e dar a mão. Aí a pessoa se sente sozinha e o diabo fica à espreita, torcendo e cutucando para que ela desistir e entregar-lhe a alma

Resumindo: depressão é o purgatório em vida. Pessoas da minha faixa etária já devem ter ouvido seus avós falarem que os cristãos com pecado, antes de irem para o inferno, Deus manda ao purgatório, ali se arrependem e seguem para o céu, ou caem de vez nas profundezas do inferno. Para quem está nessa situação, restam apenas 3 caminhos: 1- Desistir de viver; 2- Se entupir de medicamentos (como a depressão dá lucro para alguns setores...) 3- Olhar para cima. Sim, olhar para cima. Descrente por mais de 30 anos, confiando somente no meu conhecimento e saber, do fundo do poço observei que o céu mudava em questões de segundos, passei a olhar em volta e vi a grandiosidade de uma obra perfeita. Independente de rico ou pobre, branco ou azul, todo Homem entra e sai deste mundo da mesma forma, percebi que há uma sabedoria regendo tudo, não uma sabedoria de outro planeta como a TV está querendo implantar agora, mas uma Sabedoria Única, Verdadeira, que não se corrompe com o passar dos séculos. Do purgatório se nasce para uma nova vida – nossos avós tinham razão, e tudo fica para trás, como se fossemos resgatados. Cada dia começa a ter um significado diferente, não é mais um dia após o outro, é uma nova oportunidade de se desenvolver em todos os sentidos a cada amanhecer.

Quem escapa das garras da depressão, nunca mais quer voltar. É uma experiência única, a minha durou 10 dias. O lado bom é que passei a entender (não a concordar nem aceitar) porque o mundo parece tão perdido, a violência aumentando, a falta de respeito pelo ser humano, os abusos... Modéstia à parte, se eu - que nunca fui muito chegada a sentimentalismo e levava a vida de maneira objetiva, fraquejei na presença da depressão, fico a imaginar homens e mulheres sem objetivos de vida, sem estudo, pobres de alma, como devem ser presas fáceis e escravos desse sentimento nefasto da nova era.

E saber que basta olhar para cima e notar a existência de uma Inteligência Superior para tudo se acalmar, mas o Homem continua ignorante apesar de toda a sua ciência e não aprende com os exemplos mais simples da natureza. Não é uma tarefa muito fácil também, requer desprender de valores falsos, abdicar velhos conceitos, fazer uma limpeza na alma... nem todos estão dispostos a isso, querem que o mundo melhore sem abrirem mão de tudo que os aprisiona numa visão pequena da dimensão do Universo e do Criador.


Autor: Silvane Luz


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